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#MeToo

Há sensações que nos criam desconforto.

E parte desse desconforto deve-se ao facto de não conseguirmos reconhecer o que nos afecta, no concreto.

Tal como por vezes provamos algo, uma comida por exemplo, e reconhecemos no meio dos sabores algo, agradável ou desagradável, mas que não conseguimos identificar.


Isso aconteceu-me durante muito tempo, em algumas relações pessoais/sociais que mantinha, e mantenho.
Algo naquela pessoa não estava bem...

Há uns tempos, identifiquei o "sabor". Pessoas que, seja qual for o tópico inicial da conversa, fazem de si o que o Copérnico fez com o sol: o centro de tudo.

#AttentionWhore #YouKnowWhoYouAre

Não me interpretem mal: é mais do que natural que a experiência de cada um sirva de ponto de partida para muitas conversas. Não gosto é quando TUDO se baseia no EU (sendo este "eu" o outro/a outra).

"Fiz assim, fiz assado, sou fantástico, estou bem, estou mal, almocei isto, jantei aquilo, aconteceu-me desta maneira, reagi bem, reagi mal, dói-me o pé, aleija-me o sapato, fiz uma cena espetacular, estive nesta e naquela reunião"...

Foda-se.

"Cala-te" - grito para dentro.

E quando, por alguma razão, consigo dizer algo e contar alguma coisa, rapidamente sou interrompido por um sonoro e irritante: "me too!".

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