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O instrumento não faz o artista

Não sei se acontece a todos, mas comigo tem sido recorrente ao longo da vida.

Peço aos estimados leitores que imaginem, por um segundo, que têm um violino, um Stradivarius, nas vossas mãos.

Epítome da excelência no que a estes instrumentos se refere, têm perfeita noção de que os sons que aquela autêntica peça de arte moldada em madeira consegue produzir, e da sua capacidade de levar luz ao mais recondito canto da alma humana.

Tentam sacar algum som do dito, e o que conseguem dele retirar mais parecem urros demoníacos.

"Está estragado" é a vossa defesa possível. Só pode.

É então que o artista vos arranca o instrumento da mão. "Deixa ver"...

Passado uns segundos,  escorre o mais espesso e doce hidromel dos deuses de dentro dos ouvidos.

"Não... parece estar tudo bem".

Caralho! Não, não está tudo bem!


Eu, a tirar fotografias.

Não foi com violinos. Não foi com qualquer instrumento.

Foi numa formação. Foi com uma câmara fotográfica. E a comparação com um Stradivarius é claramente abusiva.

Mas a merda da máquina nada mais registava do que ora imagens escuras, ora imagens claras. E quase sempre desfocadas.

Já nas mãos do artista/formador, parece que nada mais fez do que apontar a dita na minha direção e - zás! - carregar no botão.

Et voilá! Uma foto impecável. Focada. Com luz q.b.

De volta às minhas mãos, não perdi tempo e pressionei o botão logo que avistei a minha amiga.
Click! Click! Click!

Escura demais. Clara demais. Desfocada.

PQP.

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